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VIA ENGENHARIA QUER CONSTRUIR NOVAS ESTAÇÕES DO METRÔ

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Um dos contratos foi assinado nesta quinta (15) por Rollemberg. Empreiteira é suspeita de desviar recurso público e contribuir para caixa 2

Colocada sob suspeita na Operação Panatenaico, que levou para a cadeia os ex-governadores Agnelo Queiroz (PT), José Roberto Arruda (PT) e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (MDB), a Via Engenharia acaba de abocanhar dois contratos milionários no governo de Rodrigo Rollemberg (PSB). A empreiteira vai levar R$ 39,4 milhões para concluir as obras das estações do metrô da 106 Sul e da 110 Sul.


O resultado da licitação da 106 Sul foi publicado na edição de quarta-feira (14/2) do Diário Oficial do DF. Já a ordem de serviço para o início das obras da estação da 110 Sul foi assinada nesta quinta (15) pelo governador (foto de destaque), no valor de R$ 20,7 milhões. A empresa ainda pode ficar à frente de um terceiro projeto, que é a construção do terminal Estrada Parque, em Águas Claras, cuja licitação ainda não foi concluída.

Com base em laudos, depoimentos e dados obtidos em buscas e apreensões, a Polícia Federal indiciou 21 pessoas na Panatenaico, integrantes de uma organização responsável pelo superfaturamento criminoso de R$ 559 milhões nas obras do Estádio Mané Garrincha. Orçadas, em 2010, em cerca de R$ 600 milhões, as obras no estádio, que é presença marcante na paisagem da cidade, custaram ao fim, em 2014, R$ 1,575 bilhão.


A Via chegou a ter os bens bloqueados e um de seus fundadores, o empresário Fernando Queiroz, foi preso e depois indiciado. As denúncias, agora, estão sob análise do Ministério Público Federal (MPF), que ainda não se manifestou sobre as investigações da PF.


Além do Mané Garrincha, a construtora brasiliense participou de outras duas grandes obras citadas por delatores como focos de desvios de recursos públicos e financiamento ilegal de campanha, via caixa 2: o  BRT Sul e o Centro Administrativo do GDF.


A empreiteira candanga fez parte dos três consórcios responsáveis por executar essas obras e foi mencionada nas delações premiadas de João Pacífico, Ricardo Ferraz e Alexandre Barradas, todos ex-executivos da Odebrecht. Citada como integrante da “segunda divisão” do chamado Clube VIP de construtoras que comandavam as fraudes em licitações da Petrobras, a Via ressurge no cardápio das obras públicas do Distrito Federal pelos trilhos do metrô.


As delações dos ex-executivos da Odebrecht apontam a Via tanto como beneficiária de acertos entre empresas durante fraudes em licitações quanto como autora de pedido de cobertura de proposta – ou seja, para que “concorrentes” apresentassem projetos fictícios, de valor maior, que a beneficiassem.


Sem impedimento legal

Ao ser questionado sobre a contratação da empreiteira, Rollemberg disse que não existe “medida legal que impeça a Via de participar da licitação. “No entanto, neste contrato do Metrô nós estamos inovando com uma cláusula de exigência que a empresa ganhadora, seja ela qual for, possa ter processos internos de combate à corrupção e de transparência total”, argumentou, sem qualquer constrangimento.


O presidente do Metrô-DF, Marcelo Dourado, completou: “Toda a obra poderá ser acompanhada com transparência até o término. As próximas empresas vencedoras de futuras licitações também terão que assinar o Termo de Compromisso de Conduta Ética e de Combate à Corrupção”.


Reuniões extraoficiais

As boas relações mantidas pela Via Engenharia com políticos proeminentes teriam franqueado o acesso da empresa às principais negociatas de obras – tanto em nível local quanto nacional.


O prestígio de Fernando Queiroz entre a classe política atravessou as gestões e também teria tornado a casa do gestor da Via o ponto de encontro para discussões sobre o rumo de obras e doações de campanha.


O ex-executivo da Odebrecht, Ricardo Ferraz, contou aos procuradores que chegou a participar de duas reuniões na casa de Queiroz, ainda no período eleitoral de 2010.

Fonte: Metrópoles

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