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QUEM QUER DINHEIRO ?

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Uma vez mais, a vida imita a arte. Lembrando famoso programa dominical de auditório, a política brasileira se reduziu a um descarado “Topa Tudo por Dinheiro”. Em troca de apoio político para barrar a denúncia contra o presidente Michel Temer, o governo organizou um verdadeiro balcão de negócios, no qual foram negociadas verbas, cargos e emendas parlamentares, em plena luz do dia, à vista de todos, sem nenhuma cerimônia e, menos ainda, rubor nas faces. A compra de votos se estendeu até o plenário, minutos antes da votação, pouco importando se havia jornalistas presentes .
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Contrariando 81% da população (e 89% dos jovens), os nobres deputados rejeitaram o prosseguimento da denúncia por corrupção passiva oferecida pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot. Sem entrar aqui no mérito em si da denúncia, o fato é que os parlamentares brasileiros há muito deixaram de representar o povo. Representam, hoje, apenas os interesses de quem pagar mais, sejam as empresas, financiadoras das campanhas políticas por meios ilícitos, seja o governo de ocasião, comprando com migalhas o futuro de uma nação inteira, que permanece à míngua, sem educação, saúde e segurança públicas com o mínimo de qualidade, apesar da maior carga tributária da América Latina e uma das maiores do mundo.
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Mas o pior de tudo é que você, cidadão, por mais que não concorde com esse e com outros muitos descalabros, a exemplo da desfiguração das 10 medidas contra a corrupção, é quem, no fundo, acaba pagando por todos eles. Pois o dinheiro entregue pelas empresas via caixa 2 é, em essência, dinheiro público, desviado nos mandatos anteriores e atual, e que seguirá sendo desviado nos futuros mandatos. Igualmente público é o dinheiro das verbas, emendas e cargos utilizados para comprar votos e apoio político no Congresso.
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O custo de toda essa última farra com o dinheiro público, de mais de 17 bilhões (com B mesmo!) de reais, você está pagando neste exato momento, por meio do aumento do PIS/Cofins sobre os combustíveis. Enquanto carreiras públicas privilegiadas solicitam e aprovam ultrajantes reajustes salariais de 16% a 41,3%, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anuncia que o governo não conseguirá cumprir as metas fiscais estabelecidas para este e o próximo anos, as quais já previam rombos nas contas públicas de R$ 139 e R$ 129 bilhões, respectivamente . Crise? Que crise? Não contente em custar mais de R$ 1 milhão *por hora* para o contribuinte , além de usufruir de dois recessos anuais e uma rotina de trabalho de apenas três dias na semana, o Poder Legislativo acaba de anunciar que gastará nada menos que R$ 8,3 milhões apenas com aluguel de carros zero-quilômetro para os 81 senadores, valor esse que não inclui o custo dos motoristas.
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Contudo, não desanime. Mudar essa realidade, apesar de não ser fácil, é possível, sim. E, igualmente, depende apenas de você, cidadão. Para ser efetiva, essa mudança deverá incluir ações de curto, médio e longo prazos. Portanto, preste muita atenção. No curto prazo, utilize o poder do seu voto, nas eleições de 2018 e nas seguintes, para não eleger ou reeleger nenhum dos políticos profissionais, nem seus familiares. Ajude a promover uma ampla renovação na política, eliminando do Congresso, dos palácios, das Assembleias Legislativas e das Câmaras Municipais nomes e sobrenomes que há décadas dividiram o país em novas capitanias hereditárias, chamadas partidos, cartelizando o assalto aos cofres públicos. No médio prazo, envolva-se mais nos debates e participe e apoie ativamente projetos e iniciativas, locais e nacionais, com as quais você concorde, para pressionar por mudanças positivas para o país. A atividade política, em si, não é corrupta. Corruptas são as pessoas. Exatamente por isso, é preciso promover o envolvimento cada vez maior de cidadãos de bem na política nacional. Cidadãos preocupados em fazer o que é justo e o que é correto, doa a quem doer. Cidadãos preocupados com o futuro do Brasil, com o interesse coletivo, não com seus próprios interesses ou de terceiros. Por fim, no longo prazo, não há como sustentar qualquer projeto de melhoria sem uma verdadeira priorização da *educação*. Sem discursos demagógicos e promessas populistas. Apenas seguir o exemplo de Cingapura, país que, em poucas décadas, apostando na meritocracia e na valorização dos professores, tornou-se referência mundial no assunto.
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Enfim, há muita coisa a ser feita. As pessoas só precisam acordar para o fato de que ninguém irá melhorar o país para elas. Não adianta recorrer às forças armadas. Quem pode, e vai, melhorar o Brasil, são os próprios brasileiros. Não existem salvadores da pátria. Não mais. De repente, se a Justiça Eleitoral não tivesse apeado da corrida presidencial de 1989 o empresário e apresentador Silvio Santos, quem sabe ao menos o povo não poderia estar participando também dessa festa de aviõezinhos de dinheiro público. Ma oeee…




Por: Regis Machado.

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