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DF CHEGA A 764 MORTES DE CICLISTAS

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Vítima mais recente foi tenente-coronel do Exército. Só 2% dos deslocamentos na capital são feitos sobre duas rodas.


Conhecida pelas ruas largas, Brasília ganhou, ao longo de seus 58 anos, uma fama que não estava prevista no projeto de Lucio Costa: a de uma capital planejada para carros. As mortes no trânsito ajudaram a reforçar a imagem. Desde 2000, as vias do Distrito Federal acumularam uma marca de 764 ciclistas mortos – são mais de três vítimas por mês, em média.

O nome mais recente a entrar para as estatísticas foi o do tenente-coronel do Exército Maurício da Cruz Carneiro de Almeida. O militar morreu nesta segunda-feira (20) – apenas 24 horas após a celebração do Dia Nacional do Ciclista, data escolhida para homenagear o biólogo brasiliense Pedro Davison, que morreu atropelado em 2006.

Maurício Almeida foi atingido por um ônibus enquanto pedalava pela avenida principal do Lago Sul – onde a velocidade é de 70 km/h. A vítima chegou a ser transportada pelos bombeiros para o Instituto Hospital de Base, mas não resistiu aos ferimentos.


Nesta manhã, um outro ciclista, Valdinei Cordeiro de Paiva, foi atropelado por um ônibus no momento em que atravessava a faixa para bicicletas no Eixo Monumental. Ele foi resgatado com suspeita de traumatismo craniano.
Mesmo com a queda das estatísticas, as quase 800 mortes representam um dado alarmante quando se considera a porcentagem de brasilienses que usam as bicicletas como meio de transporte. Somente 2% dos deslocamentos diários no DF são realizados sobre duas rodas, segundo o Plano Diretor de Transporte Urbano e Mobilidade do DF.

A Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios 2015-2016 (Pdad-DF) mostrou que há 388.637 bicicletas na capital, mas que apenas 1,22% das pessoas as utilizam como meio de transporte para ir ao trabalho — e, dessas, 70% se locomovem dentro da própria região administrativa.

As ciclovias, construídas a partir dos anos 2000, ainda não conseguiram mudar a ideia “rodoviarista” presente no DF. Ainda em 2003, a quantidade crescente de ciclistas vítimas do trânsito motivou a criação da ONG Rodas da Paz.

“Brasília tem vias muito rápidas. Alguns pontos da cidade ainda não estão preparados para o trâsnito de ciclistas. Precisamos diminuir as velocidades e construir um trânsito humano, que receba melhor os pedestres e os ciclistas”, disse o diretor-geral da entidade, Bruno Leite.
Fonte: G1 Brasília

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