Investigação encontram pagamento de despesas como compra de um globo de discoteca e construção de uma esmalteria
A Polícia Civil do DF investiga a ex-síndica de um edifício residencial na Rua 22 Sul, em Águas Claras. A mulher, que esteve à frente do condomínio por uma década, é suspeita de desviar mais de R$ 1 milhão do caixa para fins pessoais. A 21ª Delegacia de Polícia Civil ainda apontou indícios de recibos com assinaturas falsas e uso de laranjas. Ao portal DF Águas Claras, a mulher negou as acusações, mas disse que pode ressarcir eventuais prejuízos, se comprovados.
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As suspeitas de irregularidades surgiram em fevereiro deste ano, quando foi convocada reunião ordinária para aprovar taxa extra de R$ 40 mil, para instalar uma portaria eletrônica. O condomínio já teria um fundo de reserva e o plano para iniciar uma reforma de fachada, no valor de R$ 1 milhão.
Segundo conselheiros da atual gestão, moradores pediram a prestação de contas do ano passado e, ao analisá-la, notaram que parte da documentação não fora entregue. Após receber os papéis, foi possível encontrar gastos com despesas médicas, recibos supostamente falsos e transferências para familiares.
Depois de abrir boletim de ocorrência, as investigações apontaram mais gastos estranhos ao condomínio, como consultas em ginecologista e tatuagem, registrados como despesas oficiais. Além disso, teria sido comprado um globo de discoteca e construída uma esmalteria ao lado da vidraçaria do pai da ex-síndica, fornecedor do residencial. As compras incluiriam ainda computadores de última geração e gastos em lojas de roupas femininas.
A ex-síndica, que seria professora da rede pública, também é acusada de usar verbas do condomínio para custear férias na Bahia, com despesas em restaurantes e lojas. Somente em 2023, o prejuízo apurado teria ultrapassado os R$ 200 mil. O processo corre sob sigilo.
Moradores denunciam ainda que o prédio foi negligenciado ao longo dos anos, com extintores e seguro vencidos, piscina e sauna fora de uso e dívida alta com impostos. A nova gestão diz que encontrou o caixa sem recursos, mas moradores reuniram voluntários para tentar reorganizar o prédio.