O dólar voltou a subir nesta terça-feira (17), atingindo R$ 6,2008 (+1,72%) ao meio-dia, mesmo após mais um leilão do Banco Central, que vendeu US$ 1,272 bilhão pela manhã. Essa foi a quarta intervenção consecutiva no mercado de câmbio, somando US$ 10,745 bilhões injetados desde a última quinta-feira (12).
O dólar acumula uma valorização de mais de 26% em 2024, intensificada após o anúncio, em 27 de novembro, do pacote de corte de gastos do governo, considerado insuficiente pelo mercado para enfrentar os desequilíbrios fiscais. Desde então, a moeda americana saltou de R$ 5,80 para R$ 6,09 (fechamento de segunda-feira) e, agora, ultrapassa a barreira dos R$ 6,20.
Desde o fim da semana passada, o BC já realizou três leilões de linha, com compromisso de recompra, totalizando US$ 7 bilhões, e três leilões à vista, somando US$ 3,745 bilhões. O volume e a frequência das intervenções não eram vistos desde dezembro de 2021, quando a autoridade monetária atuou em meio à oscilação cambial em torno de R$ 5,70.
Operadores do mercado apontam que o real segue pressionado por incertezas fiscais, principalmente pelo risco de desidratação das medidas de contenção de gastos ao longo da tramitação no Congresso. A instabilidade econômica e a desconfiança com o controle fiscal aumentam a aversão ao risco, impulsionando a alta do dólar frente ao real.
