Em entrevista a jornalistas na terça-feira (29), o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, reconheceu que sempre teve conhecimento dos esquemas de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões investigados pela Operação Sem Desconto. A ação conjunta da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) apurou que, entre 2019 e 2024, foram desviados R$ 6,3 bilhões dos beneficiários do INSS, sem autorização prévia dos titulares dos benefícios .
Segundo Lupi, alertas sobre irregularidades começaram em junho de 2023, quando o 135 — Central de Atendimento do INSS — passou a receber diversas denúncias de descontos indevidos. “Na época, eu pedi e instruí o INSS a apurar essas denúncias apresentadas. Levou-se tempo demais”, afirmou o ministro durante reunião do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) .
A Operação Sem Desconto, deflagrada em abril de 2025, cumpriu 211 mandados de busca e apreensão em 13 estados e no Distrito Federal, determinou ordens de sequestro de bens no valor de R$ 1 bilhão e gerou seis mandados de prisão temporária. O então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado pela Justiça Federal e posteriormente demitido pelo presidente da República .
Em sua defesa, Lupi reiterou a responsabilidade pela indicação de Stefanutto: “A indicação do Stefanutto é de minha inteira responsabilidade. Até o momento, ele tem dado mostra de conduta exemplar. Vamos agora aguardar o processo, que corre em segredo de Justiça” .
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