A falta de véu e de noção de Janja da Silva
Em meio ao velório solene de um líder espiritual que guiou milhões de almas, a primeira-dama do Brasil, Janja da Silva, decidiu que o rito secular da Igreja Católica podia esperar… pela sua vaidade.
Sim, Janja, deslumbrada como debutante em baile de formatura, ignorou a tradição milenar do véu — símbolo de respeito, modéstia e reverência diante do sagrado. Preferiu desfilar a irreverência moderninha, como quem pisa em tapete vermelho de festival, e não nos mármores silenciosos da basílica que recebia o corpo de um papa.
A cerimônia fúnebre papal não é um evento social para “lacrar” nas redes sociais ou mostrar a última tendência de modelito da moda. Trata-se de um ritual de liturgia rígida, onde cada gesto, roupa e palavra são carregados de significado: luto, submissão espiritual, reconhecimento do luto universal. A ausência do véu em mulheres católicas — especialmente autoridades e cônjuges de chefes de Estado — é percebida como desdém ou ignorância diplomática.
Mas Janja, que parece ter confundido o Vaticano com a sala VIP do Lollapalooza, preferiu alinhar-se ao exibicionismo progressista, como também fez Brigitte Macron. Um erro coletivo não santifica a falta de compostura: apenas revela que, para algumas, o espelho é mais importante que o altar.
A cena foi constrangedora. Como se no velório de um patriarca, alguém resolvesse entrar de biquíni, porque “é tendência no verão”. Ou como quem comparece a uma cerimônia militar de gala trajando bermudas e chinelo, em nome da “liberdade de expressão”.
Faltou a Janja entender que nem tudo é sobre ela, nem sobre sua estética, nem sobre sua política de imagem. Em ritos religiosos — e, especialmente, em funerais — o protagonista é o respeito. E este, infelizmente, ficou para trás, esquecido na mala da vaidade.
Não se trata de obrigatoriedade legal, mas de civilização, de etiqueta, de senso de lugar. Algo que nem todo o marketing político do mundo consegue ensinar.
Quem sabe, na próxima oportunidade, Janja aprenda que, diante do sagrado, o aplauso que importa não é o das redes sociais, mas o do respeito silencioso.